O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), evitou entrar em novas
polêmicas com o presidente Jair Bolsonaro e, na manhã desta
quarta-feira, 4, ao ser questionado sobre a fala do presidente, que o
chamou de “ejaculação precoce”, comparou a declaração a falas do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também questionaram a
possibilidade de vitória de Doria nas eleições.
“Em 2016”, disse Doria, “o Lula falava isso quando eu me apresentei
como pré-candidato do PSDB às prévias do meu partido. E, para tristeza
do ex-presidente e hoje presidiário Lula, não só ganhei as eleições na
capital como ganhei no primeiro turno do Fernando Haddad (PT), que era
então o candidato que o Lula carregava no colo e dizia que seria
facilmente reeleito”.
Bolsonaro chamou Doria de “ejaculação precoce” em entrevista à Folha
de S. Paulo, ao dizer que ele não teria chances de vencer as eleições
presidenciais de 2022.
O governador respondeu a fala do presidente ao ser questionado sobre o
tema, durante coletiva de imprensa convocada para anunciar projetos em
conjunto com a Prefeitura de São Paulo. No evento, disse duas vezes que
“gestão é gestão e governo é governo”, e afirmou que não era a hora de
pensar nas eleições presidenciais.
“O momento não é de polemizar, mas de administrar. Todos temos uma
responsabilidade na gestão, o prefeito Bruno Covas, eu como governador, e
o presidente Jair Bolsonaro tem o dever de administrar bem o seu país”,
disse Doria.
Já a primeira-dama paulista, Bia Doria, foi às redes sociais para
criticar o presidente. Disse que o presidente “desrespeita a família
brasileira”.
A fala do presidente foi a terceira citação em uma semana contra o
governador de São Paulo, cuja candidatura à Presidência contra Bolsonaro
em 2022 é tida como certa. Na primeira, em ‘live’ na última
quinta-feira, o presidente disse que Doria havia “mamado” durante os
governos do PT, citando a compra de um jato com financiamento pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e que era
“amigão” de Lula. Nos sábado, disse que Doria “estava morto”
politicamente. A resposta de Doria foi dizer que queria Lula e a
ex-presidente Dilma Rousseff distantes do Brasil.
Dória usando da diplomacia seu moço.
Estadão Conteúdo
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