Apesar do viés de baixa nas recentes pesquisas de avaliação, o fenômeno Jair Bolsonaro tem
impressionado pesquisadores mais experientes por sua resiliência. Mesmo
com a economia ainda patinando e sob ataque intermitente de adversários
políticos, inclusive internacionais, o presidente perde apoios na
sociedade num ritmo considerado lento e que começa a dar sinais de
desaceleração (se não ocorrerem fatos negativos novos). O segredo da
resistência de Bolsonaro? A brutal polarização da sociedade, na qual
opiniões não convergem para o centro.
Para lembrar. Na série de pesquisas do Ibope deste
ano, em abril, 35% dos entrevistados disseram que o governo Bolsonaro
era ótimo ou bom. Em junho, 32%. Neste mês, 31%. Na outra ponta da pesquisa, o ruim ou péssimo, os índices foram 27%, 32% e, agora, 34%.
Laboratório. Mantido esse ritmo, a equipe de Ciência
de Dados da Quaest Consultoria fez os cálculos: estima que porcentual
de ruim/péssimo do governo Bolsonaro chegará a 45% entre o fim de
dezembro do ano que vem e o início de janeiro de 2021.
Comparação. Em 2015, o governo Dilma saltou de 24% de ruim/péssimo em fevereiro para 69% em
junho (quase quatro meses apenas), conforme o Ibope. Analistas acham
que, acima de 45% de rejeição, governos perdem muito apoio no
Parlamento. Naquele ano, a Câmara abriu o processo de impeachment da
petista.
Bolsonaro na pauta.
COLUNA DO ESTADÃO
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