A cúpula do PSL não assiste inerte à movimentação de Jair Bolsonaro e
de um grupo de deputados para se distanciar do partido. Ao contrário. A
direção da sigla traça, há semanas, cenários para sobreviver sem o
presidente entre seus quadros. Mais: quer sair maior do episódio, se o
desfecho for mesmo o de uma debanda puxada pelo Planalto. Nesse caso,
dirigentes da legenda, como Luciano Bivar (PSL-PE), não descartam a
perspectiva de união com outras agremiações.
O incômodo de Bolsonaro com o PSL aumentou após a Folha revelar que,
durante a apuração sobre o laranjal na seção mineira da sigla, a PF
encontrou menções à campanha dele. “Nunca é registrado como ‘o partido
do Bivar’. É sempre como ‘o partido de Bolsonaro’”, diz uma conselheira
do presidente.
Quem acompanha o divórcio entre Bolsonaro e o PSL diz que há uma
junta de advogados trabalhando num plano para não deixar na chuva
parlamentares que queiram abandonar o partido ao lado dele. O
ex-ministro do TSE Admar Gonzaga integra esse grupo.
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), diz que os colegas correm risco.
“Não tem janela partidária, novas eleições vão vir. Vão disputar sem
dinheiro? Vão deixar o partido que tem o maior fundo eleitoral?
Bolsonaro pode não precisar, mas e eles? Esse negócio de ideologia não
vai durar quatro anos.”
Já o deputado Júnior Bozella (PSL-SP), que patrocinou um manifesto em
defesa de Bivar, diz que Flavio e Eduardo Bolsonaro gerenciam os
diretórios do Rio e de SP, respectivamente, sem ouvir os integrantes da
bancada federal. Ele diz que o clã precisa reavaliar a ascensão da direita. “Todos nós fomos importantes nesse processo.”
Urra...
PAINEL FOLHA
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