A Justiça do Rio de Janeiro decidiu nesta segunda-feira (23) que o
senador Flávio Bolsonaro continue a ser investigado pelo Ministério
Público estadual por crimes que teria praticado durante o seu mandato
como deputado estadual.
A advogada Luciana Pires, que defende o senador, disse que não irá se manifestar sobre a decisão.
De acordo com o Ministério Público estadual, o senador é investigado
por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em um suposto
esquema de “rachadinhas” – no qual funcionários do então deputado
devolveriam parte do salário pago por ele quando era deputado estadual,
na Assembleia Legislativa (Alerj).
A decisão é da desembargadora Suimei Cavalieri, da 3ª Câmara Criminal, que havia suspendido a investigação, em 11 de março.
A magistrada queria que o caso fosse analisado por outros
desembargadores da 3ª Câmara Criminal. Na nova decisão, ela citou que a
“pandemia de coronavírus” suspendeu as sessões de julgamento até 31 de
março, e a levou a mudar de ideia.
Segundo Cavalieri, a espera pelo colegiado poderia perpetuar
“indefinidamente a suspensão do procedimento investigatório, o que não
corresponde ao alcance que se pretendia atribuir àquela decisão
monocrática”.
A desembargadora considera que a Câmara Criminal já analisou o tema
ao considerar que não havia arbitrariedade nas medidas judiciais
aplicadas no processo contra o senador.
Suimei Cavalieri seguiu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e
entende ainda que não cabe ao senador o foro já que os supostos crimes
ocorreram quando ele exercia o cargo de deputado estadual.
O Ministério Público afirma que Flávio Bolsonaro é o chefe de uma organização criminosa que atuou no gabinete da Alerj.
O ex-PM Fabrício Queiroz, que trabalhou como assessor de Flávio Bolsonaro, é apontado pelo MP como operador do esquema.
A estimativa é que cerca de R$ 2,3 milhões tenham sido movimentados
no esquema de “rachadinha”. Segundo o MP, alguns servidores eram
fantasmas. Ou seja, constavam na folha de pagamento, mas não apareciam
para trabalhar. Parte do salário, de acordo com a investigação, era
devolvido.
O dinheiro, ainda segundo o MP, era lavado com aplicação em uma loja
de chocolates no Rio da qual o senador é sócio e em imóveis.
Flávio Bolsonaro nega todas as acusações, diz ser vítima de
perseguição e critica o vazamento das informações do processo, que corre
em segredo de Justiça.
Segundo promotores, a organização criminosa existiu “com alto grau de
permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de
desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.
A casa vai cair seu moço.
G1
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