Perfis ligados ao presidente Jair Bolsonaro atenderam aos apelos da extremista Sara Geromini
“Winter” e promoveram uma hashtag contra a interrupção da
gestação da menina de 10 anos que engravidou após estupro do
tio.
Após um vídeo
publicado por Winter em que ela diz o nome da criança abusada, diversas menções
à tag #(nome
da vítima)Pelas2Vidas começaram a surgir. Na gravação, ela divulga
o endereço do hospital em que a criança está e pede a difusão da hashtag.
A grande
maioria dos perfis possuíam indicações de serem alinhados com o presidente Jair
Bolsonaro, tanto pelas descrições quanto pelas interações. Alguns, inclusive,
parecem ser contas automatizadas, que apenas retuitam e promovem hashtags.
Além de Winter,
o blogueiro bolsonarista Bernardo Kuster também participou da campanha virtual
contra a interrupção da gravidez, que foi fruto de abuso. Winter e Kuster são
alvo do Supremo Tribunal Federal no inquérito das fake news.
O
juiz que autorizou o aborto, Antônio Moreira Fernandes, levou em conta a
vontade da criança em decisão. “Conclui-se que a vontade da criança é soberana,
ainda que se trate de incapaz, tendo a mesma declarado que não deseja dar
seguimento à gravidez fruto do ato de extrema violência que sofreu”, disse.
“Com
estatísticas de abandono, e de abandono mesmo perto, por que então materializar
a dor subtraída, uma vez não ser a vontade de quem a gere? O aborto, palavra
que corrói o curso do existir. Existir neste contexto dói, e a dor religiosa é
um direito de escolha individual, não uma ordem imposta pelo Estado Democrático
de Direito”, apontou ainda o magistrado.
Neste domingo, hospital do Espírito Santo negou operação, o
que fez ela ser encaminhada para outro estado para realizar o procedimento.
Ainda divulgaram o nome da menina...
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