Por Thomas Traumann na Veja
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está perto
de vencer a eleição no primeiro turno, indica pesquisa da empresa Quaest
divulgada nesta quarta-feira, 4.
No cenário mais provável,
com Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e João Doria como candidatos, o
petista tem 44% ante 44% dos três candidatos somados.
Lula apenas não vence no
primeiro turno se ao invés de Doria, o candidato for o ex-juiz Sergio Moro (quando Lula teria 44%
contra 46% dos demais, na margem de erro) ou o apresentador José Datena (Lula 44 contra 47% da soma
de Bolsonaro, Ciro e Datena).
1. Lula 46; Bolsonaro, 29
; Ciro, 12;
2. Lula 44; Bolsonaro, 27;
Ciro,9; Sergio Moro, 10
Lula 44; Bolsonaro, 27;
Ciro, 10; Datena, 10;
4. Lula 44; Bolsonaro, 29;
Ciro, 10; Doria, 5;
Lula 45; Bolsonaro, 29 ;
Ciro, 10; Eduardo Leite, 4;Continua após a publicidade
6. Lula 45; Bolsonaro, 29;
Ciro, 11; Mandetta, 3;
Nas simulações de segundo
turno, Lula derrota todos os adversários recebendo entre 53% e 58% dos votos.
A pesquisa confirma os
motivos de o presidente Bolsonaro ter entregue o comando político do governo ao Centrão: mantendo as coisas do jeito que
estão, a derrota em 2022 é quase certa.
Mas não basta.
Se tiver alguma estratégia
para evitar a derrota, Bolsonaro vai precisar mudar
a economia.
De acordo com a pesquisa,
os brasileiros estão pessimistas com o presente, mas surpreendentemente
otimistas com a situação econômica do País. Metade dos 1.500 entrevistados se
disseram muito (19%) ou um pouco (31%) otimistas com a economia nos próximos
doze meses. Em condições normais, essa seria uma boa notícia para o governo,
mas não é possível afirmar isso. O otimismo é compartilhado quase similarmente
pelos eleitores de Bolsonaro (41%) e de Lula (38%), o que significa inferir que
parte da boa perspectiva é de eleitores que acham que Bolsonaro vai deixar o
governo.
De acordo com o
levantamento, 21% acham que a economia ficará como está e 24% que vai piorar.
O otimismo de metade da
população contrasta com a avaliação rigorosa sobre a situação atual. 47% acham
que a economia piorou muito nos últimos seis meses e 21% que piorou um pouco.
As perguntas sobre como o
eleitor sente a economia no passado recente e qual a sua perspectiva para o
futuro são duas fotografias clássicas da teoria do voto econômico, que tenta
estimar a influência dos fatores econômicos nas eleições.
Em termos genéricos, os
estudos indicam que quando a perspectiva da economia é positiva a tendência do
eleitorado é votar a favor do candidato que já está no poder, com a oposição
sendo favorecida na situação inversa.
A única chance de
Bolsonaro seria capturar este otimismo como consequência dos atos do seu governo.
É difícil, não impossível.
Para começar é precisar mudar o próprio Bolsonaro.
Perguntados sobre quais os
maiores problemas do país, 23% dos eleitores disseram a pandemia, 16% o
desemprego, 13% o atendimento de saúde, 13% economia e 11% a corrupção, todas
agendas nas quais o governo está devendo.
Não houve citações relevantes, por exemplo, ao projeto de lei de impressão do voto, que é a única preocupação de Bolsonaro no último mês. Enquanto ficar nesta agenda, Bolsonaro perde.
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