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* Mossoró: “Professores na rua, prefeito Allyson, a culpa é sua”

 O grito entoado pela Educação nas ruas de Mossoró: “professor na rua, prefeito, a culpa é sua” tem todo sentido. A greve dos professores poderia ter sido evitada se o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) tivesse estabelecido a mesa de negociação. Ele optou por ignorar a luta dos profissionais, não atendendo sequer um pedido de audiência, protocolado pela categoria ainda em dezembro do ano passado.

Os professores querem a implantação do novo piso salarial do Magistério, reajustado em 14,95%. É lei, sancionada em 2008, que estabelece que o reajuste deve ser feito anualmente, sempre no mês de janeiro. Logo, o seu cumprimento é dever. Isso não se discute.

Agora, é possível negociar a forma como esse pagamento pode ser feito. Em 2022, o prefeito negociou e a categoria aceitou o pagamento em sete vezes distribuído em 17 meses, que só será concluído em novembro de 2023. Portanto, não há intransigência por parte dos professores. Cabe a Allyson estabelecer a mesa de negociação e buscar, como gestor, o melhor caminho para o entendimento.

Ao fugir dos professores, como ele faz agora, depõe contra qualquer discurso que ele possa ter em defesa da Educação. Ora, não existe Educação de qualidade com professores castigados. A valorização do mestre de sala de aula é um caminho inevitável, conforme ensina a boa educação. Não há outra alternativa.

O prefeito, então, deve se apresentar e assumir a sua posição. Ele tem que dizer à população por que não honra a lei do piso salarial, se é porque não quer ou porque o município não tem as condições financeiras para pagar o custo. O que não pode é Allyson orientar a sua turma midiática a usar as redes sociais para esculhambar os professores. Isso é inadmissível sob todos os aspectos.

Vale ressaltar que a tese da falta de recursos para pagar o novo piso dos professores, se for esta a justificativa, tem dificuldade de convencimento, isso porque o próprio prefeito fez propaganda recentemente do grande orçamento de 2023, o maior da história de Mossoró (para não perder a mania), que pela primeira vez supera a casa de R$ 1 bilhão. Se é verdade, e deve ser, significa que a Prefeitura tem dinheiro suficiente para não apenas implantar o novo piso da educação, mas também reajustar os salários das demais categorias de servidores que estão congelados há seis anos.

Além disso, o prefeito tem a autorização, concedida pela Câmara Municipal, de contratar operações de créditos que somam quase meio bilhão de reais. Se o município reúne essas condições é porque está com as finanças equilibradas, logo, não há razão para não valorizar os professores e as demais categorias.

Pois bem.

Allyson Bezerra tem a obrigação de chamar o comando de greve para negociar. E isso deve ser feito logo porque já são mais de 7 mil crianças e adolescentes sem aula. Esse número deve aumentar à medida que o movimento grevista for avançando. É bom lembrar que os alunos da rede pública já sofrem enorme prejuízo com a pandemia da Covid-19, e não podem continuar pagando uma conta tão alta.

Se o prefeito não agir de forma correta e optar por continuar usando de expedientes baixos para atingir os professores em greve, que pelo menos se sinta envergonhado cada vez que abrir a boca para propagar a inexistente “Mossoró Cidade Educação”. César Santos

FRASE

“Professores na rua, prefeito, a culpa é sua”

ELIETE VIEIRA – Presidente do Sindiserpum, puxando o grito dos educadores municipais nas ruas de Mossoró

Allyson é contra a lei do piso dos professores.

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