Cai o véu Para além dos R$ 32 bilhões que custou ao valor de mercado da
Petrobras, a intervenção de Jair Bolsonaro na política de preços da
estatal levou à mais acentuada inflexão na confiança de agentes privados
no governo. A avaliação é de analistas e políticos com influência no
setor financeiro. Com o gesto, o presidente alimentou não só a percepção
de que a ascendência de Paulo Guedes (Economia) sobre ele tem teto
baixo, como também minou a imagem de liberal que captou apoio na
campanha.
Sem pedágio Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes
de caminhoneiros, conta que eram cerca de 16h30 de quinta (11) quando
disparou mensagens a Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Floriano Peixoto
(secretário-geral da Presidência) com indicativo de greve, caso houvesse
aumento no diesel.
Sem pedágio 2 Onyx prometeu resolver. Por volta das 22h, Chorão soube por funcionários da Casa Civil que o Planalto havia suspendido o reajuste.
Em negação Por volta das 16h desta sexta (12), um integrante dacúpula do Ministério da Economia se
recusava a admitir a hipótese de que Bolsonaro pudesse tomar medida
desse porte sem falar com Paulo Guedes. “Seria muito grave. Ele não
faria isso”, repetia.
Em negação 2 Às 19h, quando já estava claro que o
ministro de fato não havia sido consultado, o discurso mudou. “A
Petrobras está vinculada ao Ministério de Minas e Energia.”
Vigiai Integrantes da Frente Parlamentar da
Agropecuária receberam sinais da intervenção na Petrobras no fim da
tarde de quinta (11). Nem eles, umbilicalmente ligados ao tema,
celebraram. O canal direto dos caminhoneiros com a Casa Civil causa
apreensão –assim como o fato de o governo ter cedido logo à pressão.
Bolsonaro na pauta.
PAINEL / FOLHA
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